sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Love Sucks

 


E no mesmo dia chato...



     Valery olhava fixamente para um homem magro, alto, possuidor de douradas madeixas e penetrantes olhes cartanhos-esverdeados.
      Peter olhava fixamente para a tristonha moça semidesnuda que encontrava-se encostada na porta.
      - Me perdoa? Me aceita de volta? - Ele dizia com tom de arrependimento.
     Ela sorria de canto, piscara lentamente algumas vezes, respirava fundo para criar coragem.
      - Eu não posso te aceitar de volta - Ela dizia cabisbaixa.
      - Por quê não? Você me ama! - Ele aumentava o tom, franzindo o cenho e respirava de maneira descompassada.
       - Exatamente por isso. Eu te amo, mas isso não significa que você me ama, ou seja, há uma grande possibilidade de você simplesmente me abandonar novamente.  - Uma teimosa lágrima escorria dançando por sua gélida e descorada face, sua voz enrouquecera e seus lábios oscilavam.
       - Eu prometo que não te machucarei novamente - Ele secara a lágrima no rosto de Valery com o polegar.
       - Não me toque! - Ela começava a gritar- Eu não acredito em você! São apenas palavras! Apenas palavras vazias! Não posso acreditar nisso...não mais - seu tom diminuíra - Você me destruiu. Simplesmente me destruiu.
      Valery fechara a porta. Não acreditava no que acabara de fazer. Estava alivida, sem dúvidas, renovada.
      Após alguns instantes encostada na porta, retomara seu banho "no stress".
      - O próximo que me interromper, Morrerá! - Ela resmungava para Ralf.
      Dito isso, o telefone tocara.
      - Mas que...- Ela respirava fundo - Alô?
      - Valery? Aqui é o Arthur, primo do Peter. 
     - Ah! No que posso ajudar?
     - É que ele me pediu para te levar umas coisas. Posso ir aí hoje a noite?
     - Claro! Venha sim.  - Ela sorria levemente e desligara o telefone.

       Sua cabeça parecia que iria explodir a qualquer isntante. Ela não acreditava no que acontecera. Limpara sua alma dizendo tudo o que estava entalado para Peter. Sentia remorso, afinal, ela o amava, mas por outro lado, sentia-se maravilhosamente bem, por tê-lo tirado de sua vida. Ela realmente estava decidida a desistir do amor.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Boring Holiday









Sexta Feira, 20 de Novembro de 2010


Feriado, o momento mais esperado do mês. Além de feriado, é sexta! Tudo bem que sair hoje está fora de cogitação, afinal, todas as minhas amigas viajaram com seus namorados ou familiares.
    São oito horas da manhã, e nem eu compreendo o motivo por ter acordado tão cedo hoje. Isso não está certo, mas como não conseguirei dormir se voltar para a cama, acho melhor fazer algo de (in)útil para passar o tempo.
    Valery estava em sua cozinha, fitava um negro líquido pingar em uma jarra através de um coador.
   - O que seria de mim sem o café? - Ela falava com seu gato, um típico Bombay de olhos alaranjados e de negra pelagem, tal como o breu - Eu simplesmente preciso que a cafeína dance por minhas entranhas...é um vício.
    Cabisbaixa, fitava seu gato, logo suspirando.
    - O que faremos neste belo e chuvoso feriado, meu caro? - O silêncio pairava no ar - Fale algo, Ralf!! - Ela ficara tristonha, sorria apenas com o canto dos lábios - Eu só posso estar ficando louca, estou pedindo para que meu gato diga algo. Oh céus!
     Ela direcionou-se ao banheiro, aguara sua pálida face. Fitava-se no espelho, acariciando seus traços com as pontas dos dedos. Instantes mais tarde, adentrara sua banheira cheia de água morna e sais de banho. Parecia que todos os seus problemas haviam ido embora. Ao menos por curto espaço de tempo.
     A campainha tocara. Quem poderia ser? Logo naquele momento tão maravilhoso?Um pouco de paz sempre é bom, pensava ela.
    Valery abrira a porta, estava apenas enrolada em sua branca toalha. Sua pele descorada, levemente rosada, seus olhos verdes tal como uma esmeralda e seus carnudos lábios rosados, faziam um belo contraste com o fundo sombrio das paredes antigas de seu apartamento.
    Seus olhos abriram-se exageradamente, os lábios entreabriram-se, suas pupilas dilataram-se e sua face ficara gélida além do normal. Ela não acreditava no que via.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Primícias



  



Segunda Feira, 15 de Novembro de 2010

    Acordar e logo descobrir que seu noivado de cinco anos acabou pois seu noivo fora embora no meio da noite deixando apenas um bilhete e a aliança, não é o que eu chamo de bom dia, ou de uma excelente forma de começar a semana.

    " Valery, perdoe-me por deixá-la desta maneira, mas sabia que de qualquer outra forma seria muito pior. Em meu mais puro egoísmo preferi não ver lágrimas rolarem por sua face. Estou partindo por não aguentar mais estar contigo e amar outra pessoa, nesta situação conclui que o fim era a melhor solução. Para evitar reencontros, enviarei meu primo para buscar minhas coisas e levar as suas na próxima semana. Fique bem, Peter."

    Logo após ler isto resolvi tomar um banho, afinal, o que poderia fazer? Encher a cara às 6 horas da manhã não era uma opção muito viável para quem precisava trabalhar. Alimentando a doce ilusão de que um banho me ajudaria, fui rapidamente para o banheiro. Ao abrir o registro, percebo que o banho que me ajudaria a relaxar naquele começo de semana "incrível", fora na verdade uma fria, literalmente. Banho tomado, bolsa arrumada, cabelo preso, maquiagem feita, sapatos calçados, enfim, pronta para a luta.

     Saí de casa às sete horas, horário em que as pessoas possuem expressões sonolentas e cansadas, mas estão na verdade prontas para seus afazeres diários. O céu ainda tem uma cor indefinida, a zona oeste paulistana não está completamente iluminada pelos raios solares, mas seus habitantes já estão nas ruas, igualmente a minha pessoa.

    Primeiro desafio completo: chegar ao metrô. Ao passar pela catraca, esbarrei em um belo rapaz. Ele era alto, cabelo e olhos castanhos, usava óculos com armação preta, portava um belo sorriso e usava um perfume simplesmente apaixonante.Não aparentava ter mais de 25 anos, mas seu semblante não me era estranho, motivo pelo qual parei de pensar nele instantaneamente.

   Desambarquei na estação Trianon, após duas baldeações, andei mais algumas quadras e cheguei ao trabalho. Décimo sexto andar de um luxuoso edifício na avenida Paulista, minha função: Secretária de um advogado.
   Ao colocar minhas coisas sobre a mesa, ouço a voz grave do meu chefe.

   - Valery Field!!

  O que diabos ele está fazendo aqui tão cedo? Huf, só para complicar ainda mais o meu dia? Entrei na sala dele, com um sorriso aberto.

   - Bom dia, Dr.Biancchi.

   - Aonde está meu café?

   - Estará em sua mesa em alguns minutos.  

   Saí de sua sala, pelo visto seria um longo dia.